De repente bateu uma saudade. Daquelas que doem, que questionam quem você costumava ser e quem você é nesse exato momento. Os seus antigos amores - que hoje parecem nunca ter existido - hoje não faz sentido você tê-los amado tanto. Parece impossível crer, mas sim, o mundo de três anos atrás assemelha-se a um sonho qualquer, do qual hoje você despertou e pôde compreender o real sentido da sua vida. E quantos outros 'despertar' hão de vir? Vejo-me inventando desculpas e procurando explicações para todos os erros que cometi e tento achar o porquê de tantas noites mal dormidas quando na verdade tudo não passava de um sonho. No fundo, vejo algo pulsando interiormente que sempre esteve aqui dentro e é esse o nosso algo infinito, a nossa essência, que morrerá junto ao nosso corpo, mas se juntará a outras tantas que encontramos durante essa passagem, eternizando-nos; aquilo que ninguém pode tirar de mim – nem de ninguém.
'Posso estar só
Mas, sou de todo mundo
Por eu ser só um
Ah, nem! Ah, não! Ah, nem dá!
Solidão, foge que eu te encontro
Que eu já tenho asa
Isso lá é bom, doce solidão?'