terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Aponta pra fé e rema.



O clima do Natal passou longe dessa vez. Geralmente todas as realizações e conquistas do ano vem à tona e um súbito sentimento de felicidade me cresce a alma. Esse final de ano foi sutilmente atacado por uma vontade de simplesmente não ser, não existir e não caber. Abracei tantos sonhos, tantas paixões e esperanças; foi como se mergulhasse em um oceano, ou riacho qualquer desconhecido e fosse impedida de emergir à superfície por centenas de obstáculos, pedras, animais, corais. Ou como se fosse vendada e lançada em plena avenida: ‘Vá, ande e viva’. Fui, caminhei e vivi, tudo da maneira mais intensa que pude.
                

Amei tanto e chorei mais um pouco. Gozei de extrema felicidade e tristeza. Quis sufocar de beijos e abraços do mesmo modo que quis morrer também. Não me livrei de nenhum paradoxo, busquei tudo que aparentemente me acrescentaria algo – o que nem sempre aconteceu. Conheci pessoas incríveis, conheci pessoas totalmente desprezíveis. Descobri o quão cruel um ser humano pode ser – e o quão burro, ao mesmo tempo. O quanto as pessoas se envolvem e se deixam envolver não está escrito, nem os desencantos que a solidão pode causar a uma mulher. Ah, os desencantos! Tanto os que causei, como os que sofri, não desejo ao meu pior inimigo o sentimento de desencantar-se com algo. Deveria ser proibido decepcionar e ser decepcionado por um grande-suposto-amor. A ferida fica alí, guardadinha e demora a sarar, mas nada que uma boa cerveja e uns amigos não resolvam, temporariamente, é claro.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Sem mais desvarios...


'Se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair'



Cansei da loucura, do delírio, do êxtase; ainda me alimento disso mas é melhor abdicar-se agora, antes que a dependência se torne crônica. A gente não morre de amor, mas decidimos morrer por ele! É uma escolha com consequências imediatas que depois de analisarmos bem, dizemos: 'Valeu a pena.' Talvez valha mesmo, mas por ora o período é de descrença...


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Nesse incompleto vem e vai.

É certo que me pego pensando e revirando noites em que até mesmo o travesseiro perde a paciência. Acontece. E se eu pudesse evitar, voltaria sempre para o mesmo sonho bom do qual não deveria ter acordado muito. Ou será que era um pesadelo em que alguém, felizmente, me despertou antes que fosse tarde demais? Fui bruscamente acordada, pega de surpresa e obrigada a caminhar sozinha em meio a todo aquele ermo das ruas da tua casa. Foi bom, pelo menos por enquanto tenho tempo para juntar todos os pedaços.O que era onírico agora se fez real e o que era real...talvez nunca tenha sido.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Quem tem coragem não finge

É preciso ter um tempo longe daqui, tempo de ficar só. 
De andar na areia e sumir.

 
Amor verdadeiro não reage assim, pode fazer melhor. 
Esconde o medo e sorri.



Pequenos acontecimentos e ações alheias podem mudar a sua vida de um segundo pro outro. Estou borbulhando. E entre uma fervura e outra, me desintegro - querendo me entregar! São sentimentos irreversíveis que, como diria minha saudosa avó - 'te pegam na curva, menina! É, a gente sabe da existência deles mesmo querendo relutar intensamente. Eu tenho o amor dentro de mim e isso não muda, fico perdida em meio a um emaranhado de pensamentos confusos, vomito o verbo e dele nada é extraído. Vai ver é assim mesmo, um dia chega alguém que compreende todos os seus tumultos internos e se propõe a dividi-los com você. E todos saem felizes, ou pelo menos assim transparecem, até que novos tumultos cheguem e falte espaço pra repartir.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pois é, não deu...

...deixa assim como está, sereno.
Cabeça pulsando, borboletas esmagadas no estômago e um infinito de sensações que não cabem em si. Por quê? Porque é assim e pronto, aceite. Aceitar, talvez uma das coisas que eu mais fiz nesses últimos tempos, aprender a abaixar a cabeça nunca foi um dom mas até que soube disfarçar bem. A gente fica até sem forças pra chorar. Que pranto, que nada! 'Quero dançar com outro par, pra variar, amor.'
Estranho e confuso. Mas ninguém disse que seria fácil(...)
Mais do que nunca, quero que me desliguem da tomada.