segunda-feira, 30 de setembro de 2013

me falta o mar e a lucidez,
a certeza e a insensatez.

el dibujo es una sombra 

Renato me acompanha,
me falta a lucidez...

tinha dentro dela todas as certezas do mundo,
que o próprio mundo apagou.

pensava que sabia da vida
mas quem sabia de mim era ela
que me agarrava pelo braço e dizia 'despiértate, chica! ya no hay más tiempo...si quieres ser feliz como me dices...no analices...'



rascunho de agosto

domingo, 22 de setembro de 2013

p'ra agora ou depois?

euforia de poetizar a vida
não com rimas feitas,
rimas frias
rimas esquecidas
daquelas que somem depois de um banho
depois de um sonho
depois de um pranto.
rimas que se perdem na esquina
quando cruzo a avenida
quando viro a página
quando fecho o livro.
rimas que se calam depois do vinho,
que viram rascunho
saem p'ra rua
se embebedam de chuva
e
quando secam
esquecem a direção de casa.
rimas atrevidas
bandidas
inóspitas
que não cabem em lugar nenhum
nem no peito
nem no papel
mas quando chegam
quando ficam
arrombam portas e persianas
explodem em dedos
em tintas
rimas bandidas
que roubam a fala
e o ar
derrubam muros
e portas
arrombam
peito e alma.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

da lata do lixo.

Dona Maria do papelão, da esteira, do correio, da vassoura e da prensa. Dona Maria das Dores, do álcool, do marido e dos filhos. Dona Maria do cabelo preto meio cinza, da pele preta e da simpatia. Dona Maria das fugas, das despedidas, dos sorrisos e desperdícios. Dona Maria da segunda passada, do café passado. Dona Maria de volta ao passado. Dona Maria que não sabe o que fazer com tanta promessa e papelão rasgado.