domingo, 22 de setembro de 2013

p'ra agora ou depois?

euforia de poetizar a vida
não com rimas feitas,
rimas frias
rimas esquecidas
daquelas que somem depois de um banho
depois de um sonho
depois de um pranto.
rimas que se perdem na esquina
quando cruzo a avenida
quando viro a página
quando fecho o livro.
rimas que se calam depois do vinho,
que viram rascunho
saem p'ra rua
se embebedam de chuva
e
quando secam
esquecem a direção de casa.
rimas atrevidas
bandidas
inóspitas
que não cabem em lugar nenhum
nem no peito
nem no papel
mas quando chegam
quando ficam
arrombam portas e persianas
explodem em dedos
em tintas
rimas bandidas
que roubam a fala
e o ar
derrubam muros
e portas
arrombam
peito e alma.

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