sexta-feira, 21 de setembro de 2012

80 km/h


De um lado, a prole sendo afetuosamente cuidada, quase intocável. Do outro, uma ruga protegia a outra com garras não menos frágeis. E eu adentrando aquele espaço, exatamente o meio.  "Pode encostá-lo em mim, se você quiser". Bobagem. Ela não precisava da minha perna-apoio. Tenho certeza que levaria consigo mais três destes, se preciso fosse. Mas, ainda assim, não me senti aberta à conversa com a mãe. Acho que nem ela, mas queria que o bebê apoiasse os pezinhos em mim. Diabo! Como queria sentir-me útil àquela pobre criatura reencostada em um travesseiro aparentemente confortável. Ali ele parecia mergulhado no sonho mais encantador que se poderia ter. Parei de pensar bobagens e ajeite-me na poltrona mais desconfortável do mundo.

Voltava pra realidade...

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